Causa mortis? Overdose de si
“de tanto curvar-se para olhar o próprio umbigo, um dia o sujeito não pôde mais ficar ereto. com a coluna dobrada ao meio, estudou técnicas tântricas de respiração para que os pulmões funcionassem sem prejuízo de sua saúde, ao mesmo tempo em que reaprendeu a andar baseando o centro de equilíbrio na junção das nádegas esquerda e direita. camisas ganharam botões nas costas, colheres tortas substituíram os antigos garfos, e aos poucos consumaram-se as adaptações necessárias de modo que seu mundo seguisse com poucas alterações significativas. graduou-se com louvor em seis semestres, conheceu a nova zelândia, e aos vinte casou-se com rosa no interior do tocantins. por tornar-se monotemático e tedioso, viu – pelo canto dos olhos – partirem mulher, filho e outros poucos amigos. foram décadas, ao que se sabe, até sua testa colar-se definitivamente ao ventre sem qualquer possibilidade de cura.”
Do blog Ela Tatuou Palavra, de Marcella Franco
Do blog Ela Tatuou Palavra, de Marcella Franco
3 Comentários:
HAHAHA, imagina se existe pessoa assim... Só na ficção. Antes fosse, não é verdade? Está cheio de gente assim por aí.
Armando, por que você não responde ou comenta os comentários de seus leitores? Acho que seria um canal interessante de comunicação e diálogo aberto. Bem, fica aqui a sugestão.
Um abraço,
Rosely.
oi, Rosely
muito obrigado pela sugestão.
na verdade, adoro que os leitores comentem os posts, mas raramente os respondo por dois motivos: a falta de tempo (faço o blog entre as mil tarefas diárias que o jornalismo me impõe) e o irremediável defeito de ser um pouquinho monossilábico... :-)
abraço!
A
Que pena Armando, mas entendo seus motivos.
Gosto muito do seu Blog, pois mistura assuntos sérios com engraçados, e sempre interessantes.
Um abraço,
Rosely.
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